Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: APRESENTAÇAO TARDIA DE PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE COMPLICADA EM PACIENTE PORTADOR DE ESCLEROSE MULTIPLA E IMUNOSSUPRESSAO POR OCRELIZUMABE

Introdução

A pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar que, apesar de morbimortalidade significativa, frequentemente não é diagnosticada e tratada adequadamente. Quando se desenvolve fora do ambiente hospitalar ou se manifesta em até 48 horas após a internação, o quadro é denominado Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC). A PAC complicada é aquela que apresenta evolução desfavorável, apesar do uso de antibióticos, com uma ou mais das seguintes complicações: derrame pleural parapneumônico (DPP), empiema pleural (EP), pneumonia necrosante e abscesso pulmonar.

Objetivos

Relatar caso de apresentação tardia de PAC complicada em paciente portador de Esclerose múltipla (EM) e imunossupressão por Ocrelizumabe.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, 56 anos, atendido com queixa de tosse sem expectoração, episódios diários de febre com duas semanas de evolução e dor torácica ventilatório dependente a esquerda, sem dispneia associada. Portador de EM em uso de ocrelizumabe. Ao exame físico, apresentava murmúrio vesicular abolido em base pulmonar esquerda e roncos bibasais à ausculta. Exames laboratoriais mostraram elevação de marcadores inflamatórios sem evidência de disfunções orgânicas. À tomografia computadorizada (TC) de tórax, foram constatadas alterações sugestivas de DPP complicado e iniciou-se antibioticoterapia com Ceftriaxona e Azitromicina. Avaliado pela cirurgia torácica que optou, inicialmente, por conduta conservadora. No terceiro dia de tratamento intercorreu com choque séptico sendo encaminhado à unidade de terapia intensiva. Nesse contexto, foi ampliado o esquema antimicrobiano para piperacilina e Tazobactan. Nova TC de tórax evidenciou velamento do hemitórax esquerdo com presença de derrame pleural complicado trabeculado. Paciente foi submetido à pleuroscopia e drenagem do empiema pleural. Evolução com melhora clínica e alta hospitalar.

Conclusões

Destaca-se a apresentação oligossintomática apesar da gravidade do quadro desde a admissão hospitalar. Isso deve-se, provavelmente, ao uso do ocrelizumabe, que cursa com redução da resposta humoral e, assim, imunossupressão, justificando a evolução silenciosa da PAC complicada. Assim, deve-se atentar aos critérios de gravidade habituais (escore Curb-65) e à necessidade de avaliação do contexto clínico prévio do paciente para prever intercorrências e individualizar condutas de acordo com suas peculiaridades. Ademais, ressalta-se a necessidade de controle do foco infeccioso em 24 horas impactando positivamente o prognóstico de pacientes sépticos.

Palavras Chave

Pneumonia; Empiema; Pneumonia Complicada; Imunossupressão; Sepse; Choque Séptico.

Área

Trabalhos Científicos

Instituições

Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARIA EDUARDA CAETANO BATISTA DE PAIVA, CAROLINE MÉSSEDER CARVALHO ABREU, NINA AQUINO GOMES, RAQUEL SALDANHA BUENO, GABRIELA MÉSSSEDER CARVALHO