Dados do Trabalho


Título

TENDENCIA DOS CASOS DE SIFILIS GESTACIONAL E CONGENITA EM MINAS GERAIS, 2009-2019: UM ESTUDO ECOLOGICO

Introdução

A sífilis congênita (SC) é uma doença grave, mas evitável. No Brasil, o número de casos notificados de sífilis na gestação tem aumentado a cada ano. Em 2013, foram notificados 21.382 desses casos no país, com uma taxa de detecção de 7,4 por mil nascidos vivos. Dados de estudos nacionais estimam uma prevalência de sífilis na gestação de aproximadamente 1%, o que corresponderia a cerca de 30 mil casos por ano.

Objetivos

Descrever a tendência das notificações de sífilis gestacional e congênita em Minas Gerais (MG), Brasil, de 2009 a 2019 em comparação com outras regiões.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo do tipo ecológico dos casos de SC (CID 10-A50) em residentes de MG, no período de 2009 a 2019, totalizando 10 anos. A população estudada foi constituída por nascidos vivos registrados no Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) e por todos os casos de SC notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), ambos sistemas disponíveis no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS): http://www2.datasus.gov.br.

Resultados

Foram notificados 20.348 casos de sífilis gestacional e 11.173 casos de sífilis congênita. O percentual médio de incremento anual foi de 36,7% (IC95% 32,5;41,0) para a taxa de incidência de sífilis gestacional, e de 32,8% (IC95% 28,0;37,8) para a taxa de incidência de sífilis congênita (p<0,001). As regiões com maiores incidências cumulativas foram a Sudeste (15.907), Nordeste (12.903) e Sul (3.932). A região Norte (3.488) e Centro-Oeste (1.882) apresentaram as menores incidências. Houve um acréscimo de 103,74% do número de casos de sífilis congênita, quando comparados os anos de 2009 com 2012.

Conclusões

Os resultados encontrados acerca do perfil epidemiológico da sífilis congênita no estado de Minas Gerais são condizentes com a preconização do Ministério da Saúde em relação à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento dessa patologia. As regiões brasileiras Sudeste e Nordeste apresentam uma elevada incidência de casos de sífilis congênita, resultado de ineficazes políticas públicas de combate e prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, somado à desinformação por parte das gestantes.

Palavras Chave

Sífilis congênita; Doença sexualmente transmissível; Estudos transversais.

Área

Trabalhos Científicos

Autores

CAROLINE SILVA DE ARAUJO LIMA, MÁRCIA FARSURA DE OLIVEIRA