Dados do Trabalho


Título

A ELETROCONVULSOTERAPIA NO TRATAMENTO DE TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR EM PACIENTE GERIATRICO: UM RELATO DE CASO

Introdução

O transtorno depressivo apresenta grande prevalência e é importante causa de incapacidade nos dias atuais. Em idosos a patologia leva a sofrimento desnecessário e aumento de morbimortalidade. O arsenal terapêutico de primeira linha inclui a farmacoterapia e a eletroconvulsoterapia (ECT), sendo esta o tratamento principal para casos de catatonia, uma apresentação atípica do transtorno depressivo.

Objetivos

Ressaltar a eletroconvulsoterapia (ECT) como terapêutica segura em pacientes geriátricos com depressão maior grave catatônica.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 88 anos, previamente diagnosticada com Transtorno Depressivo Maior (TDM) evoluiu agudamente com piora comportamental, manifestada por choro fácil, anedonia, apatia, mutismo, retenção urinária, recusa alimentar e medicamentosa. Realizada ampla propedêutica para descartar causas orgânicas e estruturais reversíveis, sem qualquer achado que justificasse a piora clínica abrupta. Diante das manifestações apresentadas foi diagnosticada com TDM grave com catatonia retardada, sendo iniciado clonazepam e venlafaxina com progressão de doses, porém sem resposta clínica. Decidido pela ECT como tratamento adjuvante à terapia farmacológica sendo submetida a doze sessões, apesar de melhora significativa a partir da segunda. Recebeu alta com plena resolução do quadro apresentado e mantido tratamento farmacológico e acompanhamento psicoterápico.
A recomendação primária para ECT é a depressão maior grave, sendo muitas vezes indicada por má resposta ou intolerância aos antidepressivos, no entanto, pode ser indicada como tratamento de primeira linha em certas urgências como a catatonia. A ECT é mais eficaz do que outros tratamentos para depressão maior grave, sendo segura para a depressão geriátrica, principalmente em pacientes com idade superior a 85 anos, fato importante pela baixa tolerância ou má resposta ao tratamento farmacológico nessa faixa etária. Apesar de efetivo, é necessário tratamento de manutenção com farmacoterapia ou ECT para prevenção de recaídas. Atualmente existem evidências de que pacientes idosos hospitalizados por depressão e tratados com ECT apresentam menor mortalidade nos cinco anos subsequentes em comparação aos submetidos à farmacoterapia.

Conclusões

Pela alta prevalência e morbidade do TDM é importante a difusão para a comunidade cientifica sobre a eficiência e segurança da ECT, principalmente na população geriátrica, a fim de reduzir morbimortalidade pela patologia.

Palavras Chave

Eletroconvulsoterapia, catatonia, geriatria

Área

Trabalhos Científicos

Autores

VANESSA KELLY RODRIGUES COSTA, LUÍSA HEMETRIO LAZARINI, JUNIA DE AGUIAR LAGE, LETICIA PONTES REIS, KENIA FERREIRA ROSA