Dados do Trabalho
Título
Alcalose Metabólica Grave Exacerbada por Diuréticos de Alça
Introdução
Distúrbios ácido-base são alterações comuns em pacientes graves e associam-se a maior morbimortalidade. São de fácil diagnóstico através de gasometria, exame disponível em grande parte dos centros de saúde.
Objetivos
Relatar o caso de paciente que evoluiu com alcalose metabólica exacerbada pela utilização de altas doses de diuréticos em Centro de Terapia Intensiva.
Descrição do caso
C.G.S., 75 anos, sexo feminino, hipertensa, diabética, tabagista e portadora de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), comparece à Unidade de Pronto Atendimento com relato de dispneia progressiva e prostração. Admitida em insuficiência respiratória aguda, sibilância difusa na ausculta pulmonar e hipertensão arterial. Iniciados antibioticoterapia, devido à exacerbação da DPOC, diurético de alça endovenoso, broncodilatadores inalatórios e ventilação não-invasiva, sem melhora do quadro. Procedido à intubação orotraqueal, com instabilização após o procedimento, e necessidade de drogas vasoativas. Transferida para Centro de Terapia Intensiva instável hemodinamicamente, em uso de Noradrenalina 3 mL/h, em ventilação mecânica (VM) modo PCV com PEEP 10 e FiO2 80%, sedada com Fentanil e Midazolam. Exames iniciais evidenciaram acidose respiratória com pH 7.31; pCO2 70.8; pO2 67.9; BIC 36.5. Ampliado espectro de antibiótico, otimizados broncodilatadores e diuréticos de alça, com resolução da acidose e melhora da oximetria, mas mantendo hipercapnia. Seguiu conectada na VM em ventilação protetora por dificuldade de desmame da sedação. Evoluiu com alcalose metabólica e hipocalemia, apresentando os seguintes resultados na gasometria arterial: pH 7.52; pCO2 116; pO2 95.9; BIC 96.9; BE 61.1. Cr 0.68; Ur 84; Na 148; K 2.72. Diante da descompensação apresentada, foi realizado ajuste de parâmetros na VM, correção de hipocalemia, substituição da Furosemida por Hidroclorotiazida e associação de Acetazolamida e Espironolactona. Após medidas adotadas, a paciente evoluiu com melhora parcial da alcalose metabólica e redução da hipercapnia. Procedeu-se a extubação e foi encaminhada à enfermaria de cuidados prolongados para reabilitação até alta hospitalar.
Conclusões
A alcalose metabólica pode ter como etiologia a administração exógena de álcalis, perda de ácidos fixos ou a hipocalemia. A correta interpretação do quadro clínico do paciente, associada aos exames complementares é fundamental para a adoção de medidas que visam a homeostase do organismo, de acordo com o mecanismo causador do distúrbio.
Palavras Chave
distúrbio ácido-base, alcalose metabólica, diurético de alça, broncodilatadores, hipocalemia, bicarbonato, hipercapnia
Área
Trabalhos Científicos
Instituições
Hospital São Francisco de Assis - Minas Gerais - Brasil
Autores
MARIANA SANTA BARBARA DE MEDEIROS, RAISSA TEIXEIRA PINTO, HENRIQUE YANKOUS CICARINI, SARAH COSTA REZENDE, SARA RAISSA CASTRO MENDES