Dados do Trabalho


Título

HIPERCALCEMIA DA MALIGNIDADE EM PACIENTE COM NEOPLASIA DE MAMA METASTATICA: RELATO DE CASO DE UMA URGENCIA ONCOLOGICA

Introdução

A hipercalcemia associada a neoplasias malignas geralmente apresenta-se de maneira sintomática e com níveis séricos de cálcio total acima de 14 mg/dL. Além da concentração de cálcio no sangue, a velocidade de elevação correlaciona-se com a sintomatologia, o que exige abordagem em tempo hábil na tentativa de evitar arritmias cardíacas e rebaixamento expressivo do nível de consciência.

Objetivos

Identificar prontamente a condição no contexto do paciente oncológico e instituir a terapêutica adequada.

Descrição do caso

L.A.A.C, 44 anos, sexo feminino, portadora de neoplasia de mama com metástases ósseas, deu entrada no pronto atendimento do Complexo de Saúde São João de Deus, em junho de 2022, devido a quadro gripal com necessidade de internação para oxigenioterapia, em vigência de dessaturação. Foi estendida a propedêutica devido a uma dor refratária em quadril, justificada por metástase óssea na região, com indicação de fixação local profilática pela equipe da ortopedia. Após 15 dias de internação, houve piora do padrão neurológico com sonolência e estado confusional agudo, associados à fraqueza muscular e dor abdominal difusa. Além disso, a paciente apresentava náuseas, vômitos e sinais de desidratação. Foram solicitados exames laboratoriais complementares, que identificaram cálcio sérico total de 14,9 mg/dL, corrigido pela albumina. Foi iniciado para a paciente: hidratação com solução fisiológica em bomba de infusão, associada a Furosemida e Ácido Zoledrônico intravenoso. A paciente foi monitorizada e os sintomas foram regredindo com o passar dos dias, à medida que os níveis séricos de cálcio foram estabilizados.

Conclusões

O objetivo do tratamento é reduzir a calcemia e, se possível, tratar a doença subjacente. Os tratamentos visam reduzir o cálcio sérico, inibindo a reabsorção óssea, aumentando a excreção urinária do mesmo ou diminuindo a absorção intestinal de cálcio. A solução salina isotônica deve ser administrada a uma taxa inicial de 200 a 300 mL/hora que é, então, ajustada para manter o débito urinário em 100 a 150 mL/hora. O tratamento concomitante com bifosfonatos, com ou sem calcitonina (subcutânea ou intramuscular), também é necessário. A presença da hipercalcemia maligna relaciona-se a um pior prognóstico, com redução da sobrevida do paciente de maneira significativa. A reversão do quadro com o adequado manejo reduz a possibilidade de desfechos agudos desfavoráveis.

Palavras Chave

HIpercalcemia. Hipercalcemia maligna. Malignidade. Neoplasia.

Área

Trabalhos Científicos

Autores

ANA CLARA DE CASTRO E BRAGA, DANILO VALE RIOS, GUSTAVO WILLIAN SILVEIRA CRUZ, NATALIA SILVEIRA CRUZ, RUFINO DE FREITAS SILVA