Dados do Trabalho


Título

HIPOTERMIA PERIODICA HIPOTALAMICA EM PACIENTE PORTADOR DE SIADH: RELATO DE CASO

Introdução

A hipotermia não provocada é um sinal de apresentação incomum e pode ser causada por uma gama de fatores, dentre eles, causas endocrinológicas, infecciosas, autonômicas, eletrolíticas, anatômicas, a maioria permanecendo sem mecanismo fisiopatológico bem elucidado. Bem menos comum, como diagnóstico de exclusão, temos a disfunção hipotalâmica, como condição que, muitas vezes, não é aventado devido baixíssima prevalência.

Objetivos

Relatar um caso clínico em que a hipotermia foi um dos sinais chave para o raciocínio clínico e destacar a importância de sinais pouco valorizados durante o seguimento clínico de pacientes internados.

Descrição do caso

Masculino, 61 anos, hipertenso, coronariopata, evoluiu com redução do nível de consciência, sudorese profusa e ocorrência de PCR em AESP logo após admissão hospitalar. No exame físico notava-se hipotermia com termômetro sem leitura, em ECG bradicardia sinusal com frequência de 40 bpm, ondas J de Osborn, QT prolongado. Internação recente com diagnóstico de SIADH, com posterior normalização de natremia. Relato prévio de tremores e confusão mental em paroxismos, duas vezes na semana e com melhora espontânea, episódios, estes, presenciados durante internação. Negava abalos tônico-clônicos, liberação esfincteriana, déficits focais ou febre, mantendo-se assintomático entre os episódios. Durante internação, após estar assintomático, apresentou hiponatremia (Na 123), com melhora após restrição hídrica e furosemida. Em investigação, foram excluídas causas anatômicas em SNC com realização de angioTC e RNM de crânio, causas metabólicas, infecciosas e realizado múltiplos EEG normais. Tilt test negativo para resposta vasodepressora e cardioinibitória. ECO apenas com IM discreta. Com a exclusão de outras etiologias, os achados que suscitaram a hipótese de hipotermia periódica hipotalâmica foram: presença de SIADH associado à hipotermia em paroxismo, topografando diagnostico anatômico em região hipotalâmica. Assim, visto paroxismos, foi iniciado Levetiracetam empiricamente pensando em hipotermia hipotalâmica periódica de causa elétrica, tendo apresentado melhora dos episódios.

Conclusões

Percebe-se que a valorização da hipotermia, principal sinal do caso apresentado, associado à identificação de dados da história clínica e exame físico, direcionou a investigação clínica para causas centrais de hipotermia espontânea. Mesmo tratando-se de uma condição rara, deve ser aventada se dados clínicos condizentes.

Palavras Chave

Hipotermia; Hipotálamo; SIADH.

Área

Trabalhos Científicos

Instituições

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - Minas Gerais - Brasil

Autores

WILLIAN SANTOS QUEIROZ SILVA, MARIANA BARRADAS E SILVA BORGES, ALISSON ALVES SOUSA, YURI BITTENCOURT, RICARDO BATISTA DOS SANTOS