Dados do Trabalho


Título

EFICACIA DO METOTREXATO EM ESCLEROSE SISTEMICA – RELATO DE CASO

Introdução

A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune caracterizada pelo aumento na síntese e deposição de colágeno levando a fibrose cutânea e visceral. É uma doença pouco frequente, com incidência que varia entre 0,6 e 122 casos/1.000.000 habitantes/ano. Extremamente incapacitante, a doença exige um acompanhamento rigoroso para evitar sua progressão.

Objetivos

Apresentar uma doença rara que afeta múltiplos órgãos e a importância do diagnóstico precoce assim como o rápido início da terapêutica com objetivo de evitar sua progressão e reduzir seus impactos na qualidade de vida do paciente.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 20 anos, iniciou em 2018 lesões em membro inferior esquerdo (MIE), região cervical e pés associadas a artralgia de punhos e joelhos, com limitação de suas atividades diárias e laborais. Evolui com disfagia de condução, dispneia aos médios esforços e fenômeno de Raynaud em pés. Apresentava ao exame físico artrite de punhos e joelhos, esclerodactilia, flexão fixa das quartas interfalangianas proximais e placas espessadas hipocrômicas em MIE, pés, região infra mamária e cervical, configurando lesões em sal e pimenta. Dessa forma, preencheu critérios classificatórios ACR/EULAR 2013 para ES, em sua forma cutâneo difusa, no momento em atividade cutâneo-articular. Propedêutica evidenciou fator reumatoide negativo, fator antinuclear pontilhado fino 1/640, anti SCL 70 e anti centrômero não reagentes. Iniciado metotrexato 25mg subcutâneo por semana e solicitados exames para acompanhamento dos múltiplos sistemas que a doença pode acometer. Ecocardiograma com fração de ejeção preservada, manometria e endoscopia digestiva alta sem alterações, espirometria com padrão dentro da normalidade e tomografia de tórax com comprometimento pulmonar bilateral com áreas de atenuação do parênquima, mais evidentes em cortes expiratórios, sugerindo aprisionamento de ar. Apresentou boa tolerância ao uso do metotrexato e evoluiu com importante melhora do espessamento cutâneo e resolução da artrite e das contraturas em flexão. Encaminhada para ambulatório de doenças pulmonares.

Conclusões

A evolução dos fatos mostra a importância do diagnóstico precoce da ES e o acompanhamento multidisciplinar. É fundamental a terapia com imunossupressores para minimizar lesões orgânicas e melhorar a qualidade de vida. Paciente demonstrou eficácia e segurança do uso do metotrexato que é a primeira opção terapêutica para casos de acometimento cutâneo-articular.

Palavras Chave

Escleroderma Sistêmico, Doenças do Tecido Conjuntivo Indiferenciado

Área

Trabalhos Científicos

Instituições

UNIVERSIDADE JOSE DOROSARIO VELLANO - Minas Gerais - Brasil

Autores

LAYLLA LUIZA FERREIRA AZARA, JULIA MARIA MORENA AFONSO CAMPOS E LAMAS, YASMIN ROSA STORCK ROCHA RODRIGUES, LUCAS MIRANDA LAGE, DEBORAH GUIMARÃES