Dados do Trabalho


Título

POLIMIOSITE INSIDIOSA REFRATARIA: UM RELATO DE CASO

Introdução

Definida como um tipo de miopatia idiopática inflamatória, a polimiosite é
caracterizada por fraqueza muscular proximal e simétrica, relativamente incomum (0,45-
0,75/100 mil), predominante em mulheres adultas jovens. Embora a fisiopatologia ainda seja
desconhecida, alguns detalhes fundamentais presentes no quadro clínico-laboratorial, como
grupos musculares mais acometidos, alterações enzimáticas comuns e tratamento eficaz com
imunossupressão, permitem que a hipótese diagnóstica seja considerada, descartada ou
confirmada.

Objetivos

Pontuar manifestações típicas, auxiliar no diagnóstico diferencial de
outras afecções e descrever alternativas para casos refratários ao tratamento inicial.

Descrição do caso

Paciente J.L.S., 59 anos, sexo masculino, portador de mieloma múltiplo, iniciou com
quadro de mialgia em cintura escapular e pélvica, associada a adinamia e astenia, mantendo-se
pior à movimentação e melhor em repouso, há cerca de 30 dias. Evoluiu com hiperemia e edema
em grandes articulações, rigidez matinal e dispneia aos esforços. Em extensão propedêutica
hospitalar, apresentou elevação expressiva de enzimas hepáticas, creatinofosfoquinase (CK
total) e lactato desidrogenase (LDH), sendo instituída corticoterapia empírica com prednisona
1mg/kg/dia. Paciente respondeu parcialmente ao tratamento, evoluindo com disfagia
progressiva, odinofagia e febre, sinais de alarme de polimiosite. Instituída pulsoterapia com
metilprednisolona, redução gradativa da dose de prednisona e substituição a longo prazo por
azatioprina, com boa resposta terapêutica. Encontra-se, hoje, assintomático, em
acompanhamento ambulatorial.

Conclusões

A hipótese diagnóstica de polimiosite, apesar de
confirmada de forma definitiva por biópsia muscular, tornou-se cada vez mais evidente durante
a investigação descrita, em vista do quadro clínico-laboratorial compatível, da percepção que
outros diagnósticos diferenciais eram menos prováveis, como miopatias por drogas, artrites
reativas ou infecções sistêmicas, e da resposta terapêutica satisfatória. Alguns casos de
polimiosite podem evoluir com disfagia grave e piora abrupta da mialgia, mesmo em uso de
prednisona em altas doses, sendo fundamental investir em alternativas empíricas de segunda
linha, caso sejam constatados sinais de alarme ou de refratariedade.

Palavras Chave

Polimiosite; Miopatia; Insidiosa; Pulsoterapia

Área

Trabalhos Científicos

Instituições

Hospital Luxemburgo - Minas Gerais - Brasil

Autores

CAROLINA FREITAS CAMPOS, GABRIELA SANTOS PESSOA ISIDORO, DIEGO SOUSA FERNANDES, SARA FIA GIORI, ALEXANDRE BARBOSA ANDRADE